segunda-feira, 28 de março de 2016

Biografia de Ziraldo

     Ziraldo nasceu dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga Minas Gerais Ziraldo é o irmão mais velho e seu nome faz comparação com o de sua mãe Zizinha e com o do seu pai Geraldo Zi+raldo.
Ziraldo passou a sua infância na Caratinga onde cursou o grupo escolar  Princesa Isabel, em 1949 foi para o Rio de Janeiro com o seu avô onde cursou 2 anos no MABE. Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o tiro de guerra. Terminou o Científico  no colégio Nossa Senhora Das Graças. Em 1957 formou-se em direito na Faculdade de Direitos de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
    No ano seguinte se casou com Vilma e teve três filhos e seis netos. 
          Ziraldo tem paixão por leitura desde a infância lia tudo que dava pra ele Monteiro Lobato,Viriato Correa, e todas as revistas em quadrinho da época.
    A carreira de Ziraldo começou na revista Era Uma Vez .....
  Em 1957 começou a publicar seus trabalhos na revista a cigarra e fez mais um monte de livros depois desses.....
      Agora vou mostrar um livro que nós lemos que se chama os meninos morenos:


         

        

Biografia de Manoel de Barros

           Manoel de Barros nasceu em Cuiabá Mato Grosso dia 19 de dezembro de 1916.
Manoel passou boa parte de sua vida no internato,logo que terminou a escola se mudou para o Rio de Janeiro onde se formou em direitos.
    Se casou com Stella e voltou para o Pantanal e tomou conta de uma fazenda de gado que ganhou de herança.
    Lá ele viveu até a sua morte, em dezembro de 2014.
       Agora vocês irão ver um poema dele:
 

         Prefácio

Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas —
Passaram essa tarefa para os poetas




   

sábado, 12 de março de 2016

Manoel de Barros - O Menino que Carregava Água na Peneira

Manoel de Barros é um autor muito bom, é mais velho e dedica muito escrever os seus poemas!!!
Quando eu li uns poemas dele eu achei eles muito bonitos!!! Aí vai um poema de Manoel de Barros!!!



O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

Manoel de Barros - Os deslimites da palavra



Esse é Manoel de Barros! Eu acho que ele é um ótimo autor! Aí vai outro poema dele!





Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas



Manoel de Barros - O fazedor de amanhecer


Sou leso em tratagens com máquina.
Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis.
Em toda a minha vida só engenhei
3 máquinas
Como sejam:
Uma pequena manivela para pegar no sono.
Um fazedor de amanhecer
para usamentos de poetas
E um platinado de mandioca para o
fordeco de meu irmão.
Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias
automobilísticas pelo Platinado de Mandioca.
Fui aclamado de idiota pela maioria
das autoridades na entrega do prêmio.
Pelo que fiquei um tanto soberbo.
E a glória entronizou-se para sempre
em minha existência.


Manoel de Barros - Retrato do artista quando coisa


A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

Poema de Manoel de Barros

O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

PORTUGUÊS







Eu gosto muito de aula de português! Você aprende muitas coisas!