sábado, 12 de março de 2016

Manoel de Barros - Os deslimites da palavra



Esse é Manoel de Barros! Eu acho que ele é um ótimo autor! Aí vai outro poema dele!





Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas



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